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segunda-feira, 22 de julho de 2013

Crítica do público: O cavaleiro solitário

Um clássico da infância de meus pais está de volta numa bela versão cinematográfica.

Já estava nos meus planos assistir ao novo longa da equipe de Piratas do Caribe, mas as eventualidades vieram e confesso que não fiz muito esforço para driblá-las quando para cada canto que olhava eu via alguém criticando o filme de maneira negativa. Entretanto, após ter assistido, digo que valeu a pena.


A história é narrada por Tonto (Johnny Depp), o lendário índio hapache de cara pintada que viveu centenas de aventuras ao lado do cavaleiro solitário. Tonto é uma obra de museu do ano de 1930 que ganhou vida e começou a contar sua história a um garotinho...

Há muito anos, quando Tonto era um garoto, ele deu a localização de um riacho cheio de prata para dois homens brancos em troca de um relógio. Uma troca que (segundo o próprio personagem, no fim do filme) não foi nada boa, visto que para proteger a localização da prata os homens brancos mataram toda a sua tribo, fazendo aquele pequeno índio jurasse para si mesmo que iria fazer justiça...

Justiça, também conhecida como vingança, que quase aconteceu no começo do filme, quando, presos em um trem, Tonto quase matou Butch Cavendish (William Fichtner), o até então bandido mais procurado da cidade, que também estava atrás da prata. Entretanto, quando estava prestes a puxar o gatilho, ele foi impedido pela justiça, literalmente, um promotor de justiça, John Reid (Armie Hammer), que estava voltando do Texas para sua terra natal, impediu que Tonto matasse Butch, alegando que ele deveria ser julgado pela justiça.

Mal sabia John, o futuro Cavaleiro Solitário, o quanto isso o custaria! Os Rangers, homens que, com uma estrela no peito “combatiam” o mal, liderados pelo irmão mais forte, corajoso e destemido de John, foram atrás de Butch buscando justiça pela morte de dois Rangers em sua fuga (a de Butch) do trem, mas, todos os Rangers, inclusive o novato, John Reid, que foi junto, e seu irmão, foram exterminados por Butch e um bando de foras da lei. 
Mas isso não durou muito... Não para John, que ressuscitou! Ele era um andarilho espiritual, um homem que foi ao outro lado e voltou da morte, um homem que não poderia ser morto em batalha!

E foi então que começou a odisséia do Cavaleiro Solitário e Tonto por justiça, embasados em conceitos diferentes de justiça, isso é verdade, mas o que não falou na história eram razões para lutar.

Além do terrível Butch Cavendish, que chegou a comer o coração do irmão de John após matá-lo, a história nos apresentou outro vilão, o personagem vivido por Tom Wilkisson, que era uma espécie de empresário que armou um plano miraculoso com Butch para que todos pensassem que os apaches haviam atacados os homens brancos, podendo eles, então, atacarem de volta sua tribo e, além de obter toda a prata, estender a ferrovia intercontinental para o futuro e o progresso no território indígena! 
E acredito que este foi um dos problemas do filme, talvez tenha sido uma trama muito complicada para um simples filme de faroeste, mas eu, particularmente, gostei!

Algo que devo concordar que foi “irritante” no filme, foi a constante tentativa do Cavaleiro Solitário de se mostrar um homem justo. Na verdade, em alguns momentos, sua insistência em não usar sua arma beirava a imbecilidade, tendo esta atitude lhes causado diversos problemas no decorrer do filme.  

Johnny Depp novamente foi Johnny Depp, o que, aliás, apesar desta frase parecer redundante, é o que ele sabe ser! Nos últimos anos, se você perguntasse a alguém “Quais são seus atores preferidos?” com toda certeza Johnny Depp estaria ao menos entre os três em mais de 90% dos casos, principalmente para os jovens. E ninguém pode negar, apesar da extensa carreira de sucesso do ator, que o capitão Jack Sparrow e a saga Piratas do Caribe contribuiu para isso, e muito! Foi seu jeito excêntrico que o consagrou como um dos maiores atores do mundo e é esta mesma excentricidade que ele imprimi em quase todos os seus personagens, tendo em O Cavaleiro Solitário, dado certo mais uma vez. 

Uma coisa que também senti falta na história foi um melhor desenrolar do romance do filme! John e sua ex cunhada, que, apesar de ser mãe de um filho do irmão de John, seu falecido marido, sempre o amou (a John), e a recíproca fora sempre verdadeira! Mas não vimos muito mais do que um beijo que eles deram em cima de um cavalo, na eletrizante cena final de ação, ao magnífico som da trilha sonora original da cavalaria que o filme eternizou. 

Aliás, podemos dizer que as melhores cenas do filmes aconteceram no trem, o que pode também ser considerado o centro do filme, a ferrovia, o progresso, o controle sobre o dinheiro e assim o poder. Era isso o que ostentavam os vilões, que foram derrotados e mortos em seu próprio objeto de desejo, quando o trem literalmente saiu dos trilhos e caiu no mar.

Dentre os coadjuvantes, como sempre, Helena Boham Carter, a Red, brilhou! Gostei muito de sua personagem (o que é redundante dizer), e gostaria que ela tivesse participado mais do filme, ao mesmo tempo em que acredito que com tanta coisa acontecendo, acrescentar uma nova seria complicado!

Num resumo de tudo, na visão de alguém que foi assistir a um filme no cinema por diversão, o saldo foi bastante positivo. Independentemente disso, o filme não fez muito sucesso e acredito que não veremos novamente o clássico “Aiô Silver” (frase que tem sua origem no filme) nos cinemas tão cedo, o que é uma pena!